Giovanni Falcone, um símbolo
Exposição corre o mundo levando a herança dos juízes italianos Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, assassinados pela Mafia

Os des anos da morte do Juiz Giovanni Falcone foram lembrados pelo Tribunal de Justiça do Rio e pela EMERJ como uma homenagem à luta contra a corrupção e o crime organozado. Outro juiz italiano, Paolo Borsellino, também assassinado, foi igualmente homenageado, durante o evento Falcone e Borsellino - 10 Anos de Herança, Uma Lição de Justiça e Libertade, ocorrido nos dias 23 e 24 de maio e que contou com a preseça de personalidades do Brasil e da Italia. O presidente do TJ, desembargador Marcus Faver, tornou-se amigo de Falcone, quando ele esteve no Rio para ouvir o depoimento do mafioso Tomaso Buschetta, em 1983. O juiz italiano já era um homem marcado pela Mafia: "Certa noite saímos para jantar e ele me disse que há muitos anos não andava livre pelas ruas, como fazia naquele momento. Ao ser indagado sobre o risco de seu trabalho, ele disse que a magistratura do seu país precisava mostrar ao mundo que a Italia não era a mafia", recorda o presidente Faver [...]. As homenagens contaram também com a participação dos fotógrafos italianos Giuliano e Cesare Di Cola que trouxeram para o Brasil fotos sobre o periodo de luta contra a mafia na Italia, além de outras personalidades que falaram sobre O Crime Organizado na Era da Globalização [...]

As imagens, mais do que as palavras, ajudam a não esquecer. Com esta convicção, os fotógrafos italianos Giuliano e Cesare Di Cola idealizaram uma exposição itinerante, com 40 trabalhos que buscam reconstruir os trágicos acontecimentos que culminaram nos massacres de Capaci (23 de maio de 1992) e Via d'Amelio (19 de julho de 1992), onde foram mortos Giovanni Falcone, sua mulher, Francesca, Paolo Borsellino e seus guardacostas. Entre os anos 70 e 90, um pequeno grupo de 10 magistrados italianos foi encarregado de investigar uma série de crimes envolvendo grandes chefes da Mafia, políticos, empresários e funcionários públicos. Nem o isolamento nem a proteção de seguranças 24 horas por dia puderam evitar os atentados contra dois deles. O impacto da tragédia deu origem à Operação Mãos Limpas. Inaugurada em 19 de julho de 1993, em Palermo (Sicilia), a exposição percorreu escolas e universidades na Italia, com o intuito de reacender emoções, reforçar a indignação e renovar nos amantes da justiça a vontade de jamais se render ao crime organizado. "Seria reconfortante poder enxergar nessas imagens apenas um passado distante e estranho à nossa realidade, mas o Brasil ocupa hoje um posto-chave na estratégia globalizada do crime, e è quase impossível não traçarmos um paralelo com o nosso País", afirma a organizadora da exposição no Rio, Silvia Monte, lembrando que "comandos neomafiosos fazem valer aqui a sua lei, tornando-nos reféns de uma cultura de criminalidade, medo, clientelismo e corrupção". Mais detalhes da exposição, que visitou a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), podem sem encontrados no site www.pianetacalabria.it.

A herança de Giovanni Falcone
A morte de um homem de coragem é o retrato do nosso dia-a-dia

Com a presença do cônsul da Italia e do diretor do Instituto de Cultura Italiana, a Escola de Magistratura do Rio de Janeiro acaba de realizar uma homenagem ao juiz italiano Giovanni Falcone, nascido em 1939 e assassinado brutalmente a 23 de maiode 1992 na localidade de Capaci, na Sicilia, às 17h58m de um sábado. Nesse dia e nessa hora, a Cosa Nostra saldava uma velha conta com o juiz que, mais que os outros, a havia combatido. Poder-se-ia perguntar: mas por que a homenagem pelos dez anos da morte desse magistrado que nem brasileiro era? A homenagem, organizada pelo desembargador Marcus Faver, presidente do Tribunal de Justiça deste estado, e com o apoio da Escola da Magistratura, pretende resgatar a vida e a morte de um homem de coragem, e tem toda relevância em face do que está acontecendo em nosso país, quem sabe no mundo, com o enfraquecimento das instituições, tornando cada ves mais difícil a convivência daqueles que respetiam as leis e querem viver em paz. Giovanni Falcone não é um mártir da Italia, é um mártir do mundo. Disse o desembargador Marcus Faver, na homenagem, que a Italia não é a Mafia. Dizemos nós, nem a Mafia é a Italia. O povo italiano tem vergonha dela e sofre por causa dela, seja na própria carne, seja quando, por causa disso, o próprio conceito do país é diminuído. A mostra fotográfica agora inaugurada pretende despertar uma cultura anti-Mafia, uma cultura anticrime e criminosos. O brutal incidente que vitimou Giovanni Falcone não enlutou apenas a sua família, mas também as dos seguranças que o acompanhavam, a de sua esposa, Francesca Morvillo, e também a família de Paolo Borsellino, amigo de Falcone, magistrado morto dias depois, em 19 de julho. Disse Falcone: "Morre-se generalmente porque se está só, ou porque se entrou em u mjogo muito grande. Morre-se também porque não se dispõem das necessárias alianças, porque se é privado de sustentação." Em toda esta situação, não pode o Estado deixar que a Mafia, ou grupos semelhantes, como o tráfico de drogas, o jogo do bicho, a corrupção politica e administrativa, atuem como na Sicilia, quando a Máfia golpeou os servidores do Estado porque o Estado não era competente para os proteger. A mostra fotográfica e a palestra tiveram por finalidade também registrar e homenagear aqueles que aqui morreram no cumprimento de seu dever. Para assassinar Falcone, uma estrada foi dinamitada com precisão cirúrgica, o que demonstra o aperfeiçoamento da societa cosa nostra. Compete à sociedade dos justos também es aprimorar para o enfrentamento dos que não cumprem a lei, onde quer que es encontrem. Não podemos deixar que aqui ocorra o que aconteceu no fatídico dia 23de m a i ode 1992, para que não tenhamos o mesmo sentimento do senador e filósofo Norberto Bobbio, que declarou ao jornal La Stampa: "Envergonhome italianos mataram o juiz Falcone. Chegou o momento em que, se eu não fosse tão velho, iria embora deste país, pois não suporto mais o clima moral da Italia." Quantos brasileiros já não pensaram da mesma forma? Não podemos aceitar o horror em que vivemos, com a violência que campeia e que a toda hora enluta as famílias brasileiras. Há uma profunda angústia, pois vivemos como vivia o povo italiano naquela época, períodode profunda perturbação na ordem social, em autêntica dissolução moral. Os fora-da-lei fazem o que querem escolhemo momento para atuar, e os obstáculos colocados pela sociedade organizada são impotentes para impedi-los. "O monopólio da força está a toda hora sendo demonstrado", disse Bobbio. "O anti Estado é o verdadeiro Estado." Logo após a morte de Falcone, os jovens e a população da Sicilia demonstraram todo seu repúdio através de passeatas e atos públicos. Outros escolheram uma árvore e nela penduraram as demonstrações de carinho, de dor e de revolta. Cesare di Cola, o organizador da mostra fotográfica que produzira com seu pai e mestre Giuliano di Cola, encerrou sua exposição, no Rio de Janeiro, dizendo: "A imagem geradora da árvore, que, assim como o ser humano, tem como propósito a realização plena de sua forma, remete à mediação entre as profundezas da terra e as alturas do céu, entre o sagrado e o profano, entre o visível e o invisível, remetendo ao mesmo tempo à claridada à qual tendem as coisas obscuras do homem." Precisamos criar uma cultura contra tudo que não é justo, contra tudo o que nos oprime; precisamos criar a capacidade de sonhar com um mundo diferente. É necessário alimentar aesperança, sem apagar os fatos da memória. Giovanni Falcone morreu, mas suas idéias estão vivas, e caminham pelas nossas pernas. (Desembargador Walter Felippe D'Agostino)

Tributo à corage
Em exposição inédita no Brasil, Tribunal de Justiça homenageia magistrados italianos assassinados pela Máfia

[...] A lição de Falcone e Borsellino está representada na mostra A Recordação e a Esperança, organizada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em parceria com o Istituto Italiano di Cultura do Estado. Com fotografias de Giuliano e Cesare Di Cola, a exposição - inaugurada em 23 de maio ao lado do auditório da Escola da Magistratura do Estato do Rio de Janeiro - retrata importantes momentos da luta dos juízes, a violência imposta pelo crime organizado e o desejo de libertade dos cidadãos italianos [...] O painel sobre Crime Organizado na Era da Globalização reuniu, na tarda de 24 de maio, algumas das maiores autoridades nas áreas jurídica e de segurança pública [...]

I Di Cola incantano i brasiliani
Le immagini aiutano a non dimenticare

Due cosentini a Rio de Janeiro, padre e figlio uniti dalla passione per la fotografia d'arte: Giuliano e Cesare Di Cola, il primo diplomato all'Istituto d'Arte di Ascoli Piceno, curatore di numerose mostre e di recensioni e servizi giornalistici su giornali nazionali quali il Messaggero ed il Tempo, appassionato di fotografia, esperto di computer grafica, photo editor e collaboratore con riviste nazionali il secondo. Due curriculum vita ricchi di pubblicazioni e di mostre nazionali ed internazionali raccolte ed allestite in anni di lavoro riconosciuto e altamente qualificato. E non è un giudizio campanilistico o di parte: a dare rilievo internazionale all'operadei due artisti è arrivata infatti la proposta di esporre a Rio de Janeiro i lavori della mostra itinerante "Il ricordo e al speranza", dedicata interamente alla figura di Giovanni Falcone e Paolo Borsellino. Le immagini dei lavori dei Di Cola viaggiano infatti via internet nel sito www.cesaredicola.com, e arrivano lontano, portando in giro per il mondo la nostra Calabria e non solo. La mostra fotografica "A recordação e a esperança. A Herança de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino", allestita li 23 maggio, aperta al pubblico presso la Galleria della Emer fino al 21 giugno, è stata realizzata dal Tribunale di Giustizia e dalla Scuola di Magistratura dello Stato di Rio, dal Dipartimento Culturale - Emerj e dall'Istituto Italiano di Cultura di Rio de Janeiro: la sua esposizione ha aperto un'importante manifestazione organizzata in Brasile in memoria dei due magistrati italiani, proprio in occasione del giorno della scomparsa di Falcone. «Le drammatiche immagini di questa esposizione - ha detto la dottoressa Silvia Monte, coordinatrice del dipartimento culturale Emeri - registrate dai fotografi Giuliano e Cesare Di Cola, hanno percorso, durante gli anni, scuole e università italiane con l'obiettivo di seminare una cultura antimafia e di riportare alla memoria il testamento di uomini e donne che hanno dato le loro vite perché avessimo ancora speranza». L'iniziativa rientra infatti nel solco di un dibattito molto sentito in Brasile sulla transnazionalità della criminalità organizzata e la situazione del Brasile davanti alle lobby internazionali della criminalità. «La cruda sequenza iconografica - ha poi spiegato Cesare Di Cola - scansionata secondo una logica temporale, mira afar rivivere e afar ricostruire ia singoli visitatori i tragici eventiculminati nele stragi di Capaci e via D'Amelio. L'intento è quello di riaccendere emozioni e dolori appena sopiti per rafforzare lo sdegno e rinnovare la volontà di non arrendersi alla criminalità organizzata». Le fotografie hanno quindi per Di Cola la capacità di richiamare alla memoria il testamento di uomini e donne, in quanto senza la memoria non è possibile attribuire senso alle azioni e costruire quindi un futuro migliore. I vicoli di Palermo, il mercato, il luogo dell'uccisione del poliziotto Petrosino, il dolore per la crudeltà inflitta dalla mafia, la tristezza dei funerali di due uomini che avevano combattuto per la giustizia, i fiori, le manifestazioni contro la "Piovra", l'immagine finale di una donna incinta distesa sul letto con una bimba sopra di lei a simboleggiare «la speranza, il credere nelle idee e che li mondo possa essere diverso da come è stato». Un vero e proprio successo. (Emma Grandinetti)

L'Associazione dei Giudici del Rio Grande do Sul (AJURIS) ha organizzato una mostra fotografica sui giudici Falcone e Borsellino nel quadro delle attività previste in occasione del II Foro Mondiale dei Giudici, tenutosi a Porto Aiegre il 21 e 22 gennaio 2003. Alla realizzazione della mostra ha collaborato il Consolato Generale d'Italia, mentre si è ottenuto il patrocinio di altre entità (Escola Superior da Magistratura, Istituto de Acesso a fustiga e Associazione dei Lucchesi nel Mondo). L'inaugurazione ha avuto luogo il 24 gennaio 2003 alla presenza dell'Ambasciatore d'Italia, Vincenzo Petrone, e di numerose autorità locali e rappresentanti del settore giudiziario ed accademico di Porto Aiegre. La mostra è stata esibita presso la sede dell'AJURIS, rimanendovi fino al 4 febbraio u.s., e visitata da diverse centinaia di persone, sia ospiti stranieri partecipanti al III Foro Sociale Mondiale, sia la popolazione locale. Con l'occasione si è anche organizzato un convegno su "Criminalità Transazionale e Sicurezza Pubblica" a cui hanno partecipato esponenti brasiliani e operatori del diritto rio-grandense. La mostra fotografica è stata infine l'occasione per un dibattito televisivo organizzato dalla televisione locale, canale 20, a cui ha partecipato il Console Generale a Porto Alegre, Mario Panaro, e per una presentazione stampa dell'evento, tenutasi il 24 gennaio 2003.

Lo stragismo della mafia nelle istantanee dei Di Cola
Le foto su Falcone e Borsellino in mostra in Brasile

Più che una mostra una ricerca iconografica, immagini forti, vere, testimonianze capaci di non far affievolire la memoria ed alimentare la speranza. Non è semplice fotografia, quella di Giuliano e Cesare Di Cola, è una vera e propria indagine espressiva. Diplomato all'Istituto d'Arte di Ascoli Piceno, Giuliano ha curato numerose mostre e recensioni, nonché servizi giornalistici su testate nazionali. Il figlio Cesare, photo editor ed esperto di computer grafica, collabora con riviste nazionali. I Di Cola tornano alla ribalta sulla scena artistica internazionale con la mostra "A Recordação e a Esperança. A Herança de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino", allestita il 23 maggio del 2002 a Rio de Janeiro. La rassegna dedicata alla memoria dei due magistrati uccisi nelle stragi di Capaci e via D'Amelio era stata realizzata dai Di Cola su incarico del Tribunale di Giustizia e della Scuola di Magistratura dello Stato di Rio, del Dipartimento culturale – Emerj e dell'Istituto Italiano di Cultura di Rio de Janeiro. Lo scorso 24 gennaio la stessa mostra è sbarcata a Porto Alegre, fortemente voluta dall'Associazione dei Magistrati dello Stato di Rio Grande do Sul a Porto Alegre e in particolare dal Console Mario Panaro, in occasione del Secondo Forum Mondiale dei Giudici. Il forte consenso riscosso in Brasile dai Di Cola è stato riconfermato dall'entusiasmo con cui la mostra è stata accolta a Porto Alegre, i principali esponenti del settore giudiziario ed università della capitale non hanno infatti mancato l'importante inaugurazione. (Emma Grandinetti)